
Um infame assassino em série de crianças cujo corpo foi mantido exposto ao público na Tailândia por seis décadas pôde finalmente descansar. O corpo preservado de Si Quey era mantido em uma caixa de vidro no Museu Médico Siriraj de Bangkok – também conhecido como Museu da Morte – desde que ele foi executado por um pelotão de fuzilamento em 1959, aos 32 anos. O Hospital Siriraj, onde fica o museu, usava seu cadáver mumificado em aulas de medicina.
Seu corpo foi cremado em 23 de julho, em um templo em frente à prisão de Bang Kwang, ao norte de Bangkok, onde foi executado.
O jardineiro – um imigrante chinês – foi condenado em 1958 pelo assassinato de sete meninos e acusado de remover seus órgãos internos, cozinhá-los e comê-los. Si Quey foi pego supostamente tentando queimar o cadáver do menino Somboon Boonyakan, de oito anos, em Rayong, ao sul de Bangkok, depois de supostamente ter removido seu coração e fÃgado.Â
O assassino ganhou o tÃtulo de “bicho-papão” da Tailândia após sua confissão, segundo a qual teria dito que gostava do sabor dos intestinos e órgãos internos das crianças, e que adquiriu o gosto por canibalismo na II Guerra Mundial quando sobreviveu a um cerco japonês se alimentando da carne dos colegas mortos. Ao longo dos anos, as crianças travessas ouviam frequentemente dos pais: “não se comporte mal, ou o Si Quey virá pegar você!”
Se a ameaça não funcionasse, eles ainda podiam levá-las para vê-lo em carne e osso.

Placa no museu com foto e descrição de Si Quey.

A múmia em parafina do serial killer Si Quey.

O museu também possui outras múmias como a deste assassino estuprador.
Quatro dos corpos das crianças foram encontrados no distrito de Thap Sakae, no centro da Tailândia, enquanto os outros assassinatos foram cometidos em Bangkok e nas proximidades de Nakhon Pathom e Rayong.
Durante a cremação de Si Quey, houve relatos de que um grupo de Thap Sakae pediu que suas cinzas fossem mantidas no distrito, mas o chefe do Departamento de Correções da Tailândia disse estar preocupado com a construção de um santuário “para enganar as pessoas”.
Quey supostamente confessou os assassinatos depois de ser preso em 1958, mas negou as acusações de canibalismo. Após sua prisão, a polÃcia rapidamente o ligou a cinco assassinatos de crianças ocorridos desde 1954, alguns em outras provÃncias. No entanto, nos últimos anos, surgiram dúvidas sobre sua culpa. A polÃcia era conhecida na época por obter confissões através de tortura, e Si Quey tinha a desvantagem de ser um imigrante chinês que se mudou para a Tailândia em 1946, aos 19 anos. Nos anos seguintes, a atmosfera da Guerra Fria criaria um ambiente de aversão em relação aos chineses e era comum que os governos culpassem os imigrantes pela criminalidade.
As dúvidas sobre a culpa de Si Quey aumentaram consideravelmente na última década, após vários programas de televisão apontarem discrepâncias nas investigações como o fato de que várias vÃtimas tinham sido encontradas com seus órgãos internos, apesar de Quey ter confessado que os comeu.
Uma petição conseguiu que o Hospital Siriraj mudasse o rótulo acima do corpo mumificado de Si Quey de “Canibal” para “Prisioneiro do Corredor da Morte”. Pharaoh Chakkraphattranan, que quando criança ouvia as ameaças sobre o “bicho papão”, criou a petição em 2018 ao assistir um desses documentários. O assassino em série foi cremado depois que uma petição assinada por mais de 11 mil pessoas exigiu que o hospital lhe desse sua dignidade com um funeral adequado.Â
O governo pagou pelos custos do funeral, pois não foi possÃvel encontrar nenhum parente.
Wannapa Thongchin, uma moradora de Thap Sakae de 68 anos e cujos pais empregavam Si Quey, estava na cerimônia. Ela disse: “Embora ele não fosse um membro da nossa famÃlia, nós o considerávamos como um, pois ele era apenas um imigrante solitário de Shantou”. Ela lembra ainda: “Os moradores falavam dele como uma boa pessoa. Isso me fez sentir pena dele. Era como se ele estivesse sendo atormentado, então tivemos que encontrar uma maneira de tirá-lo da caixa de vidro.”
Fonte consultada: Sky.com
Por:
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